terça-feira, 9 de agosto de 2011

O Sacerdócio dos Antigos


O sacerdócio dos Deuses é algo sumamente importante. Um verdadeiro sacerdote não é aquele que é somente líder e guia das pessoas, ele ou ela é um intermediário entre si e os Deuses Antigos. Claro, ele ou ela irá liderar, guiar, orientar, aconselhar, ouvir e falar, porém o imprescindível nele(a) é sua devoção a Divindade, aos Deuses. Mas como isso pode ser feito?
Ora, a primeira coisa a ser feito é saber se você realmente escutou o “Chamado”. Sim, o sacerdócio é um  Chamado da Divindade. Isso acontece quando a Divindade te coloca em frente de ensinamentos que o guiam ao encontro Dela. Depois que você tiver certeza do “Chamado”, há a “Vocação”. A Vocação é sentir o profundo desejo de honrar e servir aos Deuses e as pessoas. Você sente essa vocação? Você coloca a vontade dos Deuses acima de seus anseios pessoais? Então, você escutou o Chamado, e agora tem certeza da Vocação, agora vem o Pacto, ou seja, o Juramento, a Iniciação, a Ordenação. Você já iniciou seu treinamento e agora está pronto para fazer sua Iniciação.

A função sacerdotal requer uma profunda devoção e conhecimento dos mistérios da Divindade escolhida. Quando uma Divindade te chama atenção, quando você sente de todo coração a vontade de servi-la, de estudar seus mito e ritos, de fazer preces a Ela, então essa deve ser a Divindade que “chamou” você. Porém, há pessoas que podem ser chamadas por várias Divindades, outras pessoas somente por uma por toda a vida. Só você é capaz de saber como isso acontece com sigo mesmo. É algo muito pessoal. Por exemplo, eu dedico minha vida a Deusa Mãe, porém eu nunca dei um “nome único” a Ela. Na realidade, eu A cultuo pelos Antigos Nomes Dela. Inana, Ishtar, Ártemis, Astarte, Asherah, Ceridwen e tantos outros. Mas eu nunca fui chamado por uma única Deusa. Mas fui chamado pela essência feminina que vibra nos arquétipos de cada Deusa. Eu acredito que a Grande Deusa cujos aspectos Virgem/Mãe/Noiva (Anciã) foi adorada por vários nomes e por várias formas. E suas histórias e ritos foram deturpadas a medida que o patriarcado foi ganhando força. Muitas das formas da Deusa como “filha” ou “esposa” eram simplesmente formas de submissão Dela em culturas patriarcais a Deuses masculinos que eram considerados em tempos passados de pouco importância.

Eu cultuo sim Deuses masculinos, mas dou a Eles menos importância cosmogonica do que a Grande Mãe. Eu os considero Filhos e Amantes da Deusa (a Deusa dá a luz a seu Filho e Amante). Assim como Átis é Filho/Amante de Cibele; Dioniso é Filho/Amante de Sêmele (o nome Sêmele significa “Mãe-Terra”); Adônis é Filho/Amante de Afrodite; Tammuz é Filho/Amante de Ishtar; Dumuzi é Filho/Amante de Inana; Shiva é Filho/Amante de Parvati; Dianius é Filho/Amante de Diana e tantos outros exemplos em todas as culturas da humanidade onde o mesmo tema arquetípico acontece.

A Bruxaria em si é um caminho lunar, ou seja, um caminho da Deusa (isso não exclui o Deus de seus méritos). Isso só mostra a importância da Grande Mãe a aquelas culturas antigas, pois nós sabemos que Ela foi a primeira Divindade adorada pelo homem pré-histórico. E somente depois surgiu conceitos de Divindades masculinas.
Assim, dedido meus estudos nos cultos das Antigas Deusas em todas as culturas e a Deuses associados a Elas. Em algumas há (como as que eu já citei anteriormente), outras não (como por exemplo a Nammu sumeriana – Mãe única Criadora; ou a Gaia que criou seu consorte Urano; ou a Nut egípcia que criou a Geb).

Descubra por qual panteão ou panteões você se sente mais confortável, ou se é como eu, pan-eclético. Descubra como exercer seu sacerdócio aos Deuses Antigos na Terra e seja principalmente feliz!

Bençãos de Nammu a todos!!

A Deusa e o Deus



Muito se fala que a Deusa representa o Elemento Feminino da Natureza, enquanto que o Deus representa o Elemento Masculino. Porém, na minha visão a Deusa representa a Unidade do Universo. Ela é o Todo. A Unidade. Ela contém em si os elementos femininos e masculinos. Em sociedades matrifocais, apesar da importancia da mulher, os homens ñ eram tratados como escravos e/ou muito menos como marginais. Um homem que respeita e honra a mulher é tratado da mesma maneira por ela. Eles eram parceiros das mulheres, andavam lado a lado.

A Deusa é o Útero Feminino como também é o Falo Masculino. Em muitas dessas culturas a mesma Deusa que regia o Universo era retrada como Masculina, a Deusa era Andrógina (aspecto muitas vezes deixado de lado na Wicca, mas em culturas antigas foi muito bem representado). Festivais somente para mulheres e festivais somente para homens foram consequencia do início do patriarcado onde o sexismo começou a imperar.

A Criança Divina/Deus Sacrificado era um dos Mistérios da Deusa Andrógina Lunar, cujo Filho/Consorte, morria e renascia representado a vegetação. Isso significa que a Mãe Lua também era uma Deusa da Terra e regia a fertilidade do solo, sendo Mãe da Vegetação (do Deus, que representava um dos seus aspectos), muitas são as representações asiáticas e européias da Mãe e do Filho, como diz Z. Budapest "há somente dois tipos de pessoas no mundo: as mães e suas crianças".

~Bençãos da Senhora das Serpentes

Inanna, a Rainha dos Céus

Inanna/Ishtar

Inana, também chamada de Inanna, Inini, Ininni, Irnini, Ishtar, Astarte, Ashtarte, Ashtarot, e tantos outros nomes eram uma Deusa inicialmente sumeriana e depois foi adotada por todo o Oriente Médio. Da sua cidade natal de Uruk, na Suméria, seu culto migrou para a Acádia e Babilônia. Uma das tradições diz que Ela era filha de Nana, Deus da Lua e de Ningal, Senhora dos Oráculos e da Inspiração, irmã gêmea de Utu, Deus do sol. Seu templo principal era o Eanna "Casa do Céu" (onde seu consorte era An, Deus do Firmamento) na cidade de Uruk.

Inana simbolizava a fertilidade do solo, apartir do seu conceito como "Deusa da Chuva". Como Rainha dos Céus, condizia as estrelas e a Lua, era a própria Lua que em alguns mitos era seu pai, seu filho ou seu consorte.
Deusa do Amor, suas sacerdotisas eram as chamadas "Virgens Sagradas", ou seja, celebravam o "Casamento Sagrado", a união sexual que celebravam a fertilidade da Terra e a dádiva da Deusa: o sexo. Era uma Deusa dos Instintos, Senhora das Feras, cujo prinicipal animal era o Leão.
Governante, A mais Amada, Senhora da Legitimidade do Trono, o Rei somente era Rei se "casasse" com Ela.

Em um dos seus mitos Enki, o Deus das águas e da Magia a concedeu os "Me", que eram as medidas sagradas contendo toda a sabedoria do Universo.
Em outro mito, Inana desce ao Submundo, passando pelos sete portais e chega nua a Mansão dos Mortos frente a sua Rainha: Ereshkigal. Lá, Ereshkigal, que no mito é sua irmã, a mata e o Universo chora pela morte de Inana. O desejo de procriação é banido da Terra quando da sua morte, assim, Enki, seu tio, a ajuda a ser resgatada. Por tradição, Inana teria que deixar alguém em seu lugar no Submundo. Quando Ela chega no Mundo Físico, encontra seu Amante Dumuzi reinante em seu lugar e trono o que ocasiona a sua cólera e sua escolha por ele para ficar em seu lugar no Reino Inferior.

Em outros mitos, Ela é Amante do rei Sargão, criando junto a ele uma nova civilização: Acádia. Deusa da Guerra e da Destruição, Ela ajuda em pessoa as tropas de Sargão na conquista de novos reinos.

Inana, é uma Deusa Lunar, é Tríplice como a própria Lua. É a Donzela, Deusa da fecundade do solo, a "Sempre Fértil", a "Sempre Verde" (chamada de Urikittu). É a Mãe, a "Sempre Grávida", Senhora da vegetação, Mãe e Amante do Deus Dumuzi que representa o rei/pastor da Terra. É a Anciã, a Rainha do Submundo (a conquista do Submundo foi a razão da sua descida a ele), a Senhora da Guerra e da Destruição, a Esterilidade.

Ela pode ser invocada para praticamente tudo, é o instinto da alma humana. É a Grande Deusa do Amor e da Guerra.


Bençãos Dela, que é Coroada Com as Estrelas
~Enheduann

Eanna?

Eanna em Uruk  

Eanna significa "Morada do Céu" ou "Casa do Céu", Templo sumeriano consagrado a Inanna e a An. Inanna, em seu aspecto de Rainha dos Céus (Ninanna - Nin - Senhora - An - Céus).